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Pesquisadores mexicanos e brasileiros avaliam as condições de saúde nos dois países

Por: Dhébora Santiago dhebora.santiago@unoesc.edu.br
19 de Novembro de 2015

Superar as fronteiras físicas e as limitações do idioma proporcionou à Unoesc, na manhã desta terça-feira (17), um debate sobre a realidade da saúde no Brasil e no México. As doenças crônico-degenerativas e as negligenciadas, bem como a formação acadêmica do médico, estavam entre os temas abordados pelos professores da Unoesc, que contaram com a participação de representantes da Universidade Autônoma de Chihuahua (UACH), do México.



As doenças crônico-degenerativas levam à deterioração progressiva da saúde do ser humano, quando este se expõe, por um longo período, a fatores de risco, como bebidas alcoólicas e fumo. De acordo com as pesquisas da professora doutora Vilma Beltrame, o uso nocivo do álcool é responsável por 2,3 milhões de mortes a cada ano, correspondendo a 3,8 % de todas as mortes no mundo. Mais da metade desses óbitos são causados por câncer, doenças do aparelho circulatório e do fígado.



A professora Paula Brustolin Xavier mostrou, por meio de suas pesquisas, que as principais doenças negligenciadas em SC são dengue, leishmaniose, tuberculose e hanseníase. Para a pesquisadora, essas doenças persistem porque existem falhas na ciência, pela falta conhecimentos suficientes, e por falhas na saúde pública, onde os medicamentos baratos ou mesmo gratuitos não são utilizados por causa do planejamento deficiente.



— As doenças negligenciadas são um sintoma da pobreza e das desvantagens sociais. As mais afetadas são as populações pobres que vivem em áreas rurais remotas, favelas urbanas ou zonas em conflito — observou a palestrante.



O coordenador do Mestrado em Biociências e Saúde, professor doutor Jovani Antônio Steffani, discutiu as condições do ensino médico brasileiro. Segundo os autores de sua pesquisa, para que um novo perfil profissional seja traçado, é necessário ampliar os conteúdos interdisciplinares e multidisciplinares, integrar o corpo docente ao acadêmico, que deixará de ser apenas sujeito, além de vincular as disciplinas curriculares conforme as necessidades da comunidade onde irá atuar.



— O México é muito parecido com o Brasil e apresenta as mesmas condições de pobreza, patologias e doenças infectocontagiosas. Para combatê-las, três aspectos são importantes: igualdade, justiça e responsabilidade social, que compete a todos — afirmou o diretor da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da UACH, Jesús Guadalupe Benavides Olivera.



Já o secretário acadêmico, doutor Salvador Gonzáles Ortiz, ressaltou que os dois países buscam uma equivalência acadêmica, para que o ensino seja globalizado e que as necessidades educativas possam crescer e se complementar dos dois lados.



1ª Jornada acadêmica interdisciplinar internacional



Esse debate integrou a programação da 1ª Jornada acadêmica interdisciplinar internacional e do 1º Seminário de acompanhamento e avaliação do perfil profissional, desenvolvidos pelo curso de Medicina. Foram realizadas três palestras com pesquisadores do mestrado em Biociências e Saúde, uma mesa-redonda que contou com a presença de três representantes mexicanos da UACH, além da palestra “Assistência espiritual em fim de vida” e a exposição e apresentação oral de pôsteres.


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